segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mentalize, André Matos!


Para mim, André Matos é “o cara” do Metal Brasileiro. Seu segundo álbum solo vem cheio de expectativas, uma vez que o seu antecessor é o incrível “Time to be Free”. Mentalize tem por objetivo pegar um pouco de cada fase da carreira de André, e notamos influências desde os primeiros passos no Viper até de sua participação no projeto Avantasia.
Sobre Mentalize, a primeira faixa "Leading On", começa com batidas tribais e é uma música com muito peso e riffs certeiros, e um inconfundível vocal (o refão é bem grudento!), acompanhado por um naipe respeitável de músicos. Todos os instrumentos aparecem bem, com destaque para o garoto Eloy, e a dupla Hugo e Zaza, e seus solos cheios de identidade. Em seguida, "I Will Return”, após um coral bem ao estilo Queen e Avantasia, riffs pesados contrastando com vocais limpos de André. Já nasceu como um novo clássico, nas primeiras audições, é impossível não sair cantando bem alto “And if I tell you that our minds are free again/ You know I will return”.

Em “Someone Else”, efeitos sonoros e vocais contrastam com agudos de André no refrão que é impossível não se empolgar. Começa lenta, segue rápida, e no meio para o fim, tem aquela paradinha, com entrada de teclados e depois o solo de guitarra, para em seguida entrar seus vocais, com efeito, novamente (meio no estilo do Ritual). “Shift The Night Away”, quarta música do álbum é aquela para “bater cabeça”. Vem somente para confirmar a grande fase que a voz do André se apresenta no álbum. Novamente com paradinha e a dupla Hugo e Zaza roubam a cena literalmente na canção, com riffs marcantes, harmonias cativantes, solos com técnica apurada de quem entende do traçado, outra bela música!

“Back to You” é uma balada. È muito boa, mas comparando com a outra balada do álbum, “A Lapse in Time” fica para trá. Esta é uma das melhores baladas de André, curta e simplesmente belíssima. A faixa título, “Mentalize”, certamente é uma das músicas mais pesadas do álbum, e mostra bem como será daqui para a frente a nova fase do vocalista e sua competente banda. Considero-a uma música forte e com um instrumental poderoso, mas pode não agradar aos fãs que o querem fazendo sempre músicas calcadas em sua fase no Angra e no Shaman. Sou totalmente contra, para mim o grupo como um todo está tentando consolidar uma nova sonoridade, sem ser radical. É na verdade um mistura de tudo que ele já fez, com novos rumos.

“The Myriad” lembra um pouco a fase do Reason, com algo de elementos eletrônicos e passa sem chamar muita atenção. Logo após vem uma música mais obscura “When the Sun Cried Out”, com participação de Amanda Sommerville e muito pesada. Para quem criticava a carreira de André Matos devido a falta de peso na época do Angra, descubra outra coisa para atacá - lo, tá! E tome peso em “Mirror of me” outra boa música, cozinha impecável com Hugo e Eloy, seu instrumental é uma continuação das composições do Time to Be Free. É uma das poucas vezes nesse disco em que Andre arrisca vocais mais agudos.

Em “Violence”, parece escrita por Pit Passarel. Lembra muito a época do Viper. É muito legal, novamente um refrão grudento e com “Power Stream”, André fecha o disco com riffs rápidos e vocais rasgado, deixando o fã cantarolando o refrão por muito tempo. A surpresa vem com a ótima releitura de “Don´t Despair” do Angra,que os fãs somente achavam pela internet. Agora, vamos tirar o chapéu para...Kiko Loureiro. O solo dela na original é bem superior ao desta versão.
A cada audição o disco vai crescendo, e tenho certeza que ele soma a carreira bem sucedida de André Matos. Destaque para o Eloy Casagrande pelo belo trabalho na batera e para o Luis Mariutti, que é um monstro no baixo. De negativo, o trabalho de divulgação do álbum pela Azul que não colocou um banner mas lojas ou lançou videoclipe. Estamos aguardando!
Obrigado por Paulo Peterson pela inspiração.

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